MORAR NO EXTERIOR E CRESCIMENTO PESSOAL
Mudar de país significa ir ao encontro do NOVO.
Não apenas o novo que habita na fala incompreendida ou nos hábitos distintos. Mudar de país também significa ir ao encontro do novo que passará a habitar dentro de nós mesmos.
Ao nos deslocamos fisicamente, nos abrimos para a possibilidade de nos “deslocarmos” internamente.
Para a possibilidade do encontro com emoções, reações, sentimentos e pensamentos que não conhecíamos ou pouco havíamos explorado antes.
Ao lado dos meus pacientes me deparo todos os dias com o encantamento, as lágrimas e as contradições que essas mudanças geram.
E pensando a respeito desta realidade me senti motivada a escrever brevemente sobre 3 aspectos destas mudanças que vejo como recorrentes. O assunto não se esgota, apenas se inaugura neste texto!
1 JULGAMENTO
No Brasil, nosso idioma, nosso trabalho, nossa rotina, amigos e familiares eram referências que nos ajudavam a nos definir, a nos identificar no mundo e, quando mudamos de país, perdemos praticamente todas elas. Toda esta dinâmica gera a necessidade de um aprendizado constante e em muitos aspectos precisamos recomeçar do zero.
A vivencia com pessoas de culturas diversas nos ensina a simplesmente respeitar as diferenças e aos poucos nossos julgamentos em relação ao outro diminui. Podemos nos tornar mais humildes, aprendendo a aceitar mais e melhor nossas limitações e as limitações do outro.
2 CULPA, UM VISITANTE INDESEJADO, MAS PERSISTENTE.
Ao mesmo tempo em que ganhamos em qualidade de vida, que ampliamos nossa cultura e que fazemos novas amizades também encaramos algumas perdas. Não poderemos mais estar presente em todos os aniversários, nos casamentos, nascimentos ou até mesmo chorar a perda de alguém querido ao lado de quem amamos.
E, diante destas perdas, a culpa pode passar a nos visitar. E ela nos visita tanto nos momentos em que não poderemos estar presentes como gostaríamos, quanto em momentos em que estamos viajando, conhecendo novos lugares e nos realizando enquanto nossa família está privada destas experiências todas.
Mudar de país gera um impacto importante na nossa vida psíquica e emocional. Temos uma oportunidade ímpar de amadurecer e será justamente este amadurecimento que nos ensinará a superar as dificuldades que enfrentamos e a manejar culpa que em muitos momentos sentimos.
3 AUTOCONHECIMENTO
Durante esse processo acabamos nos conhecendo melhor, descobrindo que o que realmente nos define está dentro de nós, em quem somos, independentemente de onde estivermos.
A vida no exterior ensina que nossas raízes não dependem de localização geográfica, nossas raízes estão onde nosso coração está e nosso sentido de lar pode mudar radicalmente.
Esses são apenas 3 exemplos de mudanças que vivenciamos quando moramos no exterior. Você também as vivencia? E se não, quais mudanças no âmbito pessoal e psicológico percebe em si mesmo?
Tatiana Festi – Psicóloga Clínica com 18 anos de atuação. Graduada pela Universidade Estadual de Maringá e pós-graduada em Psicologia Junguiana. Além de sua experiência pessoal em morar no exterior, a autora se especializa em questões clínicas referentes a diferenças culturais, imigração e relacionamentos interculturais. Há 6 anos se dedica exclusivamente aos atendimentos on-line e ministra Cursos para Psicólogos sobre Psicoterapia mediada por tecnologia.
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