
MORAR NO EXTERIOR: 7 DICAS QUE VÃO FACILITAR A SUA VIDA LÁ FORA
Mudar de país é uma experiência única e transformadora, mas que envolve uma série de desafios. Se adaptar à nova comunidade com uma cultura, idioma ou clima muito diferentes do que tínhamos no Brasil pode ser um processo lento e exigente. E, dentre outros fatores, o tamanho das dificuldades que encontraremos neste processo vai depender das condições em que a pessoa está se mudando e da estrutura que encontrará no novo país.
Durante os meus atendimentos on-line, pude observar em meus pacientes (e agora, em mim mesma!) algumas dificuldades em comum. Com base nesta observação, separei 7 (sete) dicas que certamente vão facilitar, e muito, a sua adaptação no exterior.
1. APRENDA O NOVO IDIOMA
Mesmo que você já tenha uma noção do idioma ou que já esteja mais avançado, verá que há uma grande diferença entre conseguir “se virar” num novo país durante suas férias ou durante um período curto de estudos, de quando você realmente reside naquele país.
Você pode ter um conhecimento que te ajude a manejar questões mais usuais do dia a dia, mas … quando seu cartão não passa no caixa, quando você precisa abrir uma conta no banco, fechar um serviço de internet ou comprar um bem (que nem sempre seu tipo de visto permite!), quando está numa reunião de trabalho ou mesmo quando quer aprofundar uma amizade com os nativos, o “saber se virar” não basta e um sentimento de exclusão e frustração pode nascer daí.
Então, quando decidir ou souber para que país irá se mudar, aprenda o básico e tenha a perspectiva de se aprofundar o mais rápido possível na nova língua. Participe de cursos intensivos, pesquise cursos presenciais no novo país e aproveite as várias opções de aplicativos , como Babbel ou Duolingo, que podem te ajudar a não perder o ritmo de estudos.
Dominar o novo idioma facilitará sua adaptação e sua autonomia no novo país.
2. TENHA UM PROJETO
Seu objetivo pode ser acadêmico, profissional, financeiro ou até mesmo pela busca de autoconhecimento e crescimento cultural, mas independente de qual seja ele, você precisa ter projetos e se planejar para poder concretizá-los no novo país.
Não se sobrecarregue, mas trabalhe para que possa ter uma certa rotina e preencher sua agenda semanal o máximo que puder.
Se você já tem um trabalho ou uma carga horária razoável de estudos, isso será mais fácil de resolver. Mas, se por exemplo, você tiver muito tempo livre durante a semana ou se tiver se mudado para acompanhar seu cônjuge, sua necessidade de planejamento será maior.
Primeiramente foque no aprendizado do novo idioma e exponha-se a situações novas. Você também pode se cadastrar no meet up (www.meetup.com) para conhecer pessoas com interesses parecidos com os seus, matricular-se em alguma atividade física e se engajar num trabalho voluntário – isso você pode fazer mesmo sem grana e é uma das dicas que mais gosto de sugerir. Em todos os países existem trabalhos voluntários e ao participar de algum deles, você estará treinando o novo idioma, aumentando sua rede de contatos e podendo oferecer algo ao novo país também.
3. SEJA FLEXÍVEL
Não se perca de sua personalidade, seja você mesmo e o mais espontâneo possível, mas lembre-se de que você não está mais “em casa” e, da mesma forma que adotamos algumas condutas diferentes quando vamos visitar alguém, precisamos mudar alguns de nossos hábitos quando nos mudamos de país.
Se você sabe que algo não é bem visto naquele país, evite fazê-lo ou mesmo não faça.
E por outro lado, se você se incomoda com algum costume das pessoas dali, evite as criticá-lo. Procure se distanciar do que é conhecido para você e entender o que pode fundamentar tal visão de mundo ou atitude que é adotada ou reforçada naquela cultura.
Afinal, que sentido faria mudar de país e continuar na nossa zona de conforto?
4.CUIDADO COM SUAS EXPECTATIVAS
Mude em busca de um lugar diferente e melhor, com condições mais satisfatórias e que te deem oportunidades de crescimento pessoal, emocional e profissional.
Mas, tenha certos cuidados, porque as vezes nos encontramos numa situação tão difícil no Brasil que exageramos na fantasia de encontrar um lugar perfeito.
Você certamente vai se surpreender positivamente com os benefícios sociais e com os avanços tecnológicos, educacionais e culturais do novo país, mas também irá se frustrar com algumas coisas.
Então, tenha isso em mente: o lugar perfeito não existe. Mas vale a pena se esforçar para viver num lugar diferente e que te traga maior qualidade de vida.
5.SEJA PACIENTE
Para a maioria de nós o processo de adaptação não é rápido e passamos por várias fases diferentes (ainda falaremos sobre isso aqui no blog) até que a experiência possa ser vivida de uma forma mais leve.
Você pode levar um ano ou bem mais para se adaptar, então respeito o SEU tempo e seja paciente. Isso é extremamente importante para que você não desista antes de realmente começar a aproveitar a experiência, e também para que o tempo que estiver morando fora não transcorra de forma árdua.
Uma boa atitude não garantirá o seu sucesso.
Mas uma má atitude garantirá o seu fracasso.
6.“SÓ PORQUE SOU ESTRANGEIRO”
Principalmente quando ainda não dominamos o novo idioma, podemos ter a sensação de que somos tratados de uma forma diferente ou até mesmo excessivamente discriminados “só porque somos estrangeiros”.
Em algumas situações sabemos que isso é real, mas precisamos ter cuidado para não generalizar e acabarmos paranoicos, achando que as pessoas agem de determinada forma só porque somos estrangeiros.
Quando isso acontecer lembre-se de que algumas pessoas não são tão educadas, elas “fazem cara feia”, são impacientes ou grosseiras no Brasil também! Seja porque estão passando por um dia ruim, ou porque isso faz parte de sua maneira habitual de agir.
Além disso, dependendo do país onde você está, as pessoas não serão tão amáveis, extrovertidas ou expansivas como em algumas regiões no Brasil e isso não tem nada a ver com discriminação, mas apenas com diferenças culturais.
Então, não se frustre e nem se desanime desnecessariamente. Aprenda com as novas situações e desenvolva diferentes habilidades sociais.
7.DISTANCIE-SE DE VEZ EM QUANDO
Procure se aproximar o máximo possível dos nativos, envolva-se em atividades durante a semana, assista aos seus programas de tv, ouça suas rádios, mas quando tudo isso parecer exigente demais: se dê um tempo.
Antes mesmo de se mudar de país busque por brasileiros que já moram fora pelas redes sociais, tire dúvidas e se possível mantenha o contato. Para quem já está fora pode ser muito prazeroso poder se reencontrar com brasileiros novamente e de uma forma geral, as pessoas estão dispostas a ajudar no que for preciso em relação a informações.
Não se isole da nova cultura ficando no conforto das relações com brasileiros, mas mantenha essas relações. Isso pode ser muito reconfortante quando passamos por algumas dificuldades de adaptação.
Mantenha contato com familiares e amigos. Seja empático e sensível para que não se preocupem excessivamente com suas dificuldades, mas não precisa só contar o lado bom. Você também pode pedir ajuda, pode desabafar e assim preservar um pouco da proximidade que possuem.
Mas, vale lembrar que para algumas pessoas esse processo adaptativo pode ser longo ou penoso demais e, nestes casos, o mais indicado é que se busque ajuda de um profissional especializado no assunto. Os atendimentos psicológicos on-line podem ajudar neste processo e, na maioria dos casos, em poucas sessões sua experiência no exterior pode se tornar mais leve e gratificante.
*Texto publicado no Blog parceiro Viver, Trabalhar e Estudar no Exterior em 18.10.2017.
Tatiana Festi – Psicóloga Clínica com 18 anos de atuação. Graduada pela Universidade Estadual de Maringá e pós-graduada em Psicologia Junguiana. Além de sua experiência pessoal em morar no exterior, a autora se especializa em questões clínicas referentes a diferenças culturais, imigração e relacionamentos interculturais. Há 6 anos se dedica exclusivamente aos atendimentos on-line e ministra Cursos para Psicólogos sobre Psicoterapia mediada por tecnologia.
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